Eu sou Barrabás!

“Eles, porém, pediam insistentemente, com fortes gritos, que Ele fosse crucificado; e a gritaria prevaleceu. Então Pilatos decidiu fazer a vontade deles. Libertou o homem que havia sido lançado na prisão por insurreição e assassinato, aquele que eles haviam pedido, e entregou Jesus à vontade deles.” {Lucas 23:23-25}

Ao ler a descrição dessa cena e imaginá-la em minha mente penso em quão forte ela é. Jesus Cristo escutou uma multidão exigindo aos gritos Sua crucificação. A mesma multidão que O seguia por onde ia, ansiosa por presenciar os milagres e maravilhas que Ele fazia e quem sabe poder receber um dos incríveis milagres. Essa multidão também O recebeu em Jerusalém, poucos dias atrás, como rei e glorificou a Deus por tudo aquilo que viram Jesus fazer. Agora a multidão pedia insistentemente por Sua morte.

Gritos ecoavam pela cidade: “Libertem Barrabás”, “Crucifiquem Jesus”. Pilatos optou por dar ouvidos àquela multidão, mandou que soltassem Barrabás e que levassem Jesus para ser crucificado. Provas contra Jesus não haviam, ainda assim Pilatos preferiu não se indispor com a multidão, a voz deles merecia maior atenção.

De um lado encontrava-se ele, Barrabás, preso por revolta e assassinato, havia praticado crimes os quais todos sabiam muito bem. Do outro, Cristo, por vezes os fariseus tentaram conseguir provas que O incriminasse, mas não puderam achar nEle algo que O tornasse culpado. Nem Herodes nem Pilatos também encontraram nEle qualquer razão para condená-lO a crucificação. O homem que a multidão desejou ver livre? Jesus, mas esse não era o Cristo e sim Barrabás.

Antes eu escutava essa história e só pensava em quão injusto era tudo isso. “Como alguém tão cruel pôde ficar livre como se não tivesse feito nada de mau?” "Como a multidão pôde ter sido tão ingrata?" Hoje enxergo essa cena percebendo o cumprimento das profecias e enxergando o amor de Deus. Barrabás foi o primeiro de muitos a ser liberto e ter sua culpa perdoada devido a Cristo assumir o seu lugar. Ali, diante daquela mesma multidão, Jesus estava perecendo pelo pecado de Barrabás, mas não apenas o dele, pelos da multidão e de toda a humanidade.

“O meu servo não tem pecado, mas Ele sofrerá o castigo que muitos merecem, e assim os pecados deles serão perdoados.” {Isaías 53:11}

Deus me fez compreender e agora entendo que Barrabás realmente não merecia a liberdade, mas eu também não mereço e mesmo assim Ele me concede. Sou tão pecadora quanto Barrabás e do mesmo modo Jesus toma o meu lugar assumindo minha culpa para que eu fique livre e tenha uma nova chance. Eu sou Barrabás, eu tenho mil e uma razões que me tornam culpada, eu sou merecedora da ira de Deus. No entanto, com grande misericórdia e graça abundante Deus enviou Seu Filho único para que os meus muitos pecados não mais ditem o meu futuro. É pelo sacrifício do cordeiro perfeito, que se entregou por Si mesmo sendo obediente até o fim que eu sou perdoada, salva, resgatada e posso viver plenamente.

Ao finalizar esse texto, chego a mais uma conclusão. Nesse momento Deus tira a venda dos meus olhos e faz com que eu me enxergasse fazendo parte da multidão. Sim, eu me assemelho a ela todas as vezes que desejo e pratico aquilo que é mau, pois assim estou novamente crucificando a Cristo. Ai de mim Senhor! Me instrua e me direciona a fazer o que é correto de modo que eu não negue e desvalorize o Teu Santo e desmedido sacrifício. Assim seja, amém!

#aesperançanasce